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terça-feira, 4 de outubro de 2011

MITO NÃO MITOLOGIA – Zilda Cardoso

O mito não é um objeto, não é um conceito, não é uma idéia. Também não é uma fala qualquer, é uma mensagem. O mito não se define pelo objeto da sua mensagem, mas pela maneira como o enuncia e ”mais pela intenção do que pela sua letra”. Mais ou menos assim, escreveu R. Barthes.
A linguagem de que o mito se serve para construir o seu próprio sistema de comunicação pode ter como suporte escritas ou representações como a pintura e a escultura, o teatro, a fotografia, o bailado, o cinema, o cartaz… Todas estas linguagens podem fazer, a seu modo, a mesma narrativa. No mito de Ariadne, podemos encontrar muito diversas mensagens. Ela é princesa, jovem e bela, mas o que brilha nela é a inteligência. Desde que estimulada pelo amor, encontra em si capacidade de solucionar de forma simples e lógica problemas antigos e extremamente complicados, para os quais ninguém descobrira desfecho. A desvanecida Ariadne seguiu o super-herói que matou o monstro segundo o método dela, mas que logo a abandonou para continuar caminho para outras disputas que lhe valeriam renovado prestígio. No entanto, Afrodite promete à jovem solitária um amor imortal, conseguido. Quais serão as mensagens neste caso?Ela reconhece o valor do herói, ele não reconhece o valor dela nem o valor do amor que lhe é oferecido? A ela, não lhe serviu de nada a inteligência? Apenas um deus satisfará o seu desejo de ser amada? Apenas um deus a merece? Os heróis são para serem amados, não para… amarem?Cada um descobrirá, visto que a matéria do mito foi trabalhada de modo a ter determinada significação, mas é uma forma e não precisa ter sentido, desde logo. Ou terá um sentido diferente. Desvalorizado e revalorizado. Ou deformado. Verdadeiramente interessam significações que nunca são inteiramente arbitrárias. Muitos problemas de lógica podem ser resolvidos pelo método simples de Ariadne, chamado indutivo. Muitas ciências usam este método de pesquisa, baseado na experiência e na observação. Modernamente, o quebra cabeças Sudoku usa o método indutivo. E é evidente também que se pode sair de um labirinto concreto usando o mesmo método. Aplica-se em jogos de computador, em pesquisa e navegação da web… Por outro lado, terei eu usado o mito de Ariadne como um sinal? E o fazer referência a um mito muito antigo, dará credibilidade àquilo de que estou a falar ou a escrever? Talvez me acreditem melhor se disser que este mito foi contado por Miguel Ângelo, por Leonardo Da Vinci, por Ticiano, por Poussin; que está nos frescos da vila dos Mistérios em Pompéia, numa ópera de R. Strauss, num bailado de Roussel…

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